24/03/2010

Quem eu sou?

Eu costumava ser ou, pelo menos, demonstrava ser forte.  Hoje sou e demonstro ser fraca.
 Eu costumava lutar pelos meus desejos.  Hoje pequenos obstáculos me deixam derrotada.
 Eu costumava não me deixar abalar por qualquer razão. Hoje eu estou abalada.
 Eu costumava sonhar e acreditar nos meus sonhos. Mas agora não.
Eu era a Cinderela vivendo em um precioso castelo. Hoje eu sou a gata borralheira de sonhos quebrados. Desfrutando a solidão.


Eu costumava lutar pelo amor e pelos meus sentimentos. Hoje eu deixo simplesmente o amor ir.
 Eu costumava ter muitos amigos, mesmo sem saber quem eles eram. Hoje eu mal falo com eles.
Eu costumava lutar pelos meus objetivos com afinco. Hoje nem sei mais quais são.
 Eu costumava acreditar nas pessoas. Hoje, porém, mesmo com as decepções, eu continuo tentando.
 Quando criança, fui traída e perdoei. Hoje já nem sei.


Eu costumava amar sem ser amada. Hoje sou amada e não sei o que é o amor.
 Eu costumava olhar pela janela e ver um mundo mágico. Hoje eu vejo que a magia acabou.
 Eu costumava pensar que a vida era simples. Mas hoje sei que não é assim.
 Quando criança, fui independente. Hoje, já grande, não sei viver só.


Eu costumava acreditar em mim mesma. Hoje não mais.
 Eu costumava acreditar que meu coração e alma eram nobres. Entretanto, hoje, sinto que estão pobres.
 Eu costumava ter esperança. Mas hoje sei que não poderei deixar isso de herança.
 Uma vez criança, fui mulher. Hoje mulher, não passo de uma criança.


Não era um poema, pelo menos, eu acho que não. Confissão antiga de uma fase triste que passei pela vida. Quem nunca se sentiu assim que atire a primera pedra. Reler isso me trouxe boas lembranças e novas idéias. Talvez eu origine um conto usando essa poesia como base.



B.E.I.J.O.S,

Jú.

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