15/06/2010

A Cama

O sol vai, aos poucos, surgindo no horizonte e você sente que a hora do adeus se aproxima. Um aperto no peito deixa mais do que claro que você não está pronto para deixá-la. Perder o calor que ela traz ao teu corpo, o toque aveludado que só ela tem e é o único que traz alívio e conforto para você como mais nada conseguiria trazer... Afastar-se disso agora não lhe parece ser uma idéia muito sensata. É inegável que você continua a querendo agora e não pode deixá-la. Aliás, não deve! Ou deve? Você sabe que as coisas não são tão fáceis, não é? E nem tão simples. Você fecha os olhos desejando que tudo desaparecesse e que o maldito tempo parasse e só sobrassem apenas vocês dois; juntos, para sempre.

Seu corpo sobre ela, somente cobertos por uma única colcha de algodão. Mas então, o telefone toca. O dever lhe chama, mas você se recusa a sair de onde está. Mover um músculo seria um crime digno de pena capital. A carne é fraca e a mente sempre padece aos desejos do corpo. O telefone para depois de algum tempo e você agradece pelos próximos minutos de paz que terá. Afinal, você sabe que em pouco tempo o maldito começará a tocar aquele toque desgraçado que você não suporta mais - mas sempre se esquece de mudar - insistentemente. Você está aproveitando os últimos minutos com ela, feliz pelo telefone não ter tocado tão rapidamente, mas é só tal pensamento lhe ocorrer para que se concretize. Pois é, não importa o quanto você pense sobre ganhar uma fortuna em algum jogo, isso só funciona com telefones. Nessa altura do campeonato, você já sabe disso claramente.
O corpo se recusa a mover um centímetro para longe dela, mas dessa vez a sua mente luta com bravura e vence. Você senta e decide pegar logo o celular antes que planeje algo mais excitante do que jogá-lo na parede, e assim, acabe ficando tentado em executar tal façanha.
- Maldito despertador! – você diz enquanto desativa o maldito alarme e levanta-se, deixando-a para trás.

    Ela parece ter notado que você se levantara, pois chama carinhosamente o seu nome, tentando-o e fazendo-o quase ceder, mas você resiste. Ela insiste e você quase desiste; porém, olha para as horas novamente – persiste.

    - Estou atrasado! – você se apressa e começa a ignorar os chamados da sua companheira da noite. Quando tudo fica pronto, olha-a, já arrumada. Como se nunca você estivesse estado ali, nela. Sorri orgulhoso por tê-la, afinal, nunca fora tão difícil encontrar cama tão boa como esta que tem agora.

Um comentário:

Gabriel disse...

Maano, minha cama nunca pareceu tão atraente *o*

Adoro o jeito como vc escreve, minha cama ta muuito tesuda agora KKKK

te aaamo (L) *--*